A vida é uma viagem cheia de aventuras.
sábado, 20 de agosto de 2011
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
COMUNICAÇÃO - SILIC
Paulo Leminski e suas Lápides – entrevozes
Maria Enísia Soares de Souza[1] (UAB/UNIR)
Resumo:
Este texto objetiva apresentar análises dos poemas Lápide 1 e Lápide 2, de Paulo Leminski, desenvolvidas por acadêmicos do curso de Letras, da modalidade a distância, da UAB/UNIR e uma releitura, que busca percorrer as nuances poliglotas da poesia, o processo de criação desse poeta, as dimensões de seus versos multifacetados, as incógnitas e os enigmas do seu jeito singular de escrever poesia. É, nesse sentido, uma reflexão sobre os (i) limites da interpretação poética, a diversidade de vozes que ecoam das e nas lápides do poeta, sobre as relações entre o homem/história/literatura. A interpretação feita pelos estudantes, ainda que timidamente, conseguem anunciar a genialidade de Leminski, que lapida um poema com palavras, tornando a poesia todo mistério, mas sem o mistério. Pelas Lápides pretendo “revelar” as mistificações dos epitáfios que são objeto de tradução e de redução do ser homem. Pensamentos acerca do logos e do mythos são tomados para compreender a função da poesia no conhecimento da alma. Verifico nos poemas o trânsito do poeta entre os concretistas, as influências da filosofia zen-budista e os traços mais expressivos de sua poética da des (engenharia) de linguagem, bem como a forma que Leminski abriu e ocupou um espaço dentro da poesia brasileira de invenção. Concluo afirmando que ler Leminski é oportunizar-se a uma viagem por entre diversas culturas, de modo especial pela filosofia e pela linguagem, cosmos que o consagraram e que o tornaram um gênio e para compreendê-lo é preciso pouco: aceitar os convites da sua genialidade artística.
Palavras-chave: Leitura (s), Poemas Lápide 1 e Lápide 2; poesia; Paulo Leminski.
Introdução
Para a apresentação dos poemas “Lápides” de Paulo Leminski, tomei os textos construídos por três acadêmicos do curso de Letras da modalidade a distância, da UAB/UNIR, do Polo Rolim de Moura, textos esses exigência do componente curricular Introdução aos Estudos Literários, do 1º Período do referido curso. As análises eram de dois poemas de Lemiski, Lápide 1 e Lápide 2 e deveriam ser orientadas por um conjunto de textos que versavam sobre a relação homem/literatura nos contextos social cultural e artístico.
Ao comentar as interpretações dos estudantes, faço também uma outra buscando compreender o estilo poético do autor que pela tessitura do texto se deixa retratar como alguém com certo tom misterioso, mitológico e genial.
Como a poesia é uma arte que dramatiza os pensamentos do homem, representa os seus ideais e as suas práticas (os do homem) e o poeta é alguém que não quer dizer, mas expressar, criar, produzir um objeto cultural, Leminski se posiciona entre aqueles que pela anarquitetura do expressar gera a dupla lápide – uma para o corpo e outra para a alma.
Lápide 1
epitáfio para o corpo
Aqui jaz um grande poeta.
Nada deixou escrito.
Este silêncio, acredito,
são suas obras completas.
Lápide 2
epitáfio para a alma
aqui jaz um artista
mestre em desastres
viver
com a intensidade da arte
levou-o ao infarte
deus tenha pena
dos seus disfarces (LEMINSKI, Paulo).
Nestas breves descrições líricas e lapidárias, Paulo Leminski, contemporâneo e crítico, usa a literatura como produto para trabalhar cultura/sociedade/história através dos textos. Textos que resultaram em produções escolares e que ora os apresento ao mesmo tempo em que procuro num entrevozes registrar outras leituras posíveis dessas duas obras de arte, que tratam da materialidade e da espiritualidade humanas.
A primeira lápide
Lápide 1 confirma a biografia de Leminski como estudioso da língua e da cultura japonesas, o que o levou muitas vezes a fazer haicais, o que não implica dizer que sua produção foi influenciada somente pela arte nipônica, mas que sua facilidade em operar com outras correntes, sendo por vezes, reconhecido de estilo ingênuo, outras como um poeta de vanguarda, outras como se fizesse parte da geração de poetas marginais.
É essa multiface do poeta que “autoriza” uma reflexão sobre os (i) limites da interpretação poética a quem o lê, a quem se permite “dialogar’ com ele, dizer o que entende das suas obras. Tanto que para V1[2], na Lápide 1 há a sugestão de materialidade no seu interior, o corpo do poeta jaz no espaço como algo que será consumido, falível e perecível, na voz do estudante.
A expressão temporal quando se referindo ao ato descritivo Epitáfio para o corpo e ao tempo de vida do poeta, respectivamente, sugere a historicidade do homem, ao que ele fez em vida, as suas criações poéticas.
No poema Lápide 1 (Epitáfio para o corpo), essa relação[3] é evidenciada quando se descreve sobre o corpo do poeta que quando em vida, fez história na sociedade, na cultura e na arte, mas por se tratar do corpo o poema retrata o silêncio e a morte algo real, material, falível e perecível (aqui jaz um grande poeta) [V1].
A materialidade também é assunto da V2, que registra: “... o primeiro traz a idéia de que o homem é constituído e constituinte do meio material (Cultural e Social). (Epitáfio para o corpo), neste caso, é real, histórico e objetivo (aqui Jaz um grande poeta, nada deixou escrito)”. Para essa voz, os aspectos históricos e a objetividade da Lápide 1 estão também presentes no poema.
A terceira voz anuncia que “no primeiro texto, o poeta fala com pouca ênfase, sem profundidade, cita apenas o material, que foi um grande poeta, que deixou pouco para destacar na literatura, na arte na história”.
Infere-se, então, que esse tipo de texto-lápide, espécie de texto em que a escritura, ou seja, o modo de enunciar é tão importante quanto o que é dito. Leminski traz a ideia de que não só a alma, mas também o corpo é merecedor de um epitáfio, talvez na tentativa de tornar menos falível a matéria.
Interessante perceber na poética de Paulo Leminski, nas suas práticas textuais, a ênfase no conteúdo ligada a uma certa noção de “naturalidade” na expressão. A morte é natural, como o é a separação corpo e alma. O poeta mesmo declarava que a “forma natural é a que revela o “conteúdo” de maneira mais imediata. Combatia as preocupações com a forma, dizendo que obscurecem o conteúdo.
Essa “naturalidade”, porém, só é possível através de um automatismo. Só quem obedece a um automatismo pode ser natural. Isso que se chama “naturalidade” é uma convenção. O natural é um artifício automatizado, uma forma no poder. A despreocupação com a forma só é possível no academicismo (LEMINSKI, 1997. p.45).
O trabalho com a palavra, se se efetivar com preocupação acaba por exigir determinada postura, que em geral, é ensaiada. É uma posição sob suspeita, pode não promover o texto a um espaço social e sujeitar a linguagem a um amontoado de palavras sem obrigação alguma de expressar o pensamento humano.
Uma análise de produções contemporâneas, como as de Paulo Leminski, não pressupõe a existência de vozes conflitantes para a compreensão da sua poesia, mas sendo quem é Leminski, que parece fingir um estágio de homogeneidade, é preciso perceber que ele prefere apresentar, no espaço tempo, o panorama de um pensamento mudando, desenhando-se como se estivesse mostrando a dinâmica da vida. Ele parece se divertir quando representa os dois momentos do ser humano vida e morte, a dualidade corpo e alma. São dois quadros as duas lápides com intenção de não serem estáticos, ao contrário, querem ser o flagrante de um desligamento matéria/espírito, ambos ligados por uma ponte (in) imaginável de transmutação.
O (s) sentido (s) de Lápide 2
Paulo Leminski fala utilizando-se de uma linguagem em ereção ao referir-contar o que há em cada Lápide, num poema em prosa reproduz o que há de natural – a morte e o que há de espiritual – a alma.
No poema Lápide 2 (Epitáfio para a alma), Leminski narra sobre a alma, algo amplo, abstrato, imortal, infalível, evidenciando-se que esse mesmo artista também viveu em sociedade, fez história e contribuiu para a cultura e também para a arte. Isso comprova que, nesse caso, se fala não do homem mortal, mas da arte desse homem (deus tenha pena de seus disfarces) (V1).
O poeta lembra a chave de um dos grandes mistérios da vida, a crença de que a alma se separa do corpo. Numa forma textual curta, com uma quase-narração, sem exaustivas palavras, mas com muito sentido e com a sugestão do culto do mistério, o poeta assemelha o poema a uma inscrição tumular.
O segundo é um epitáfio para a alma, que é infinita e eterna neste contexto entra o herói problemático que na depuração das emoções ele por ter a alma ferida pode se levar pelas emoções, entrar em contradição e comete barbáries, a literatura disfarça a realidade (Aqui jaz um artista mestre em desastres) (V2).
Aqui a voz leitora ecoa dizendo ser o poema histórias de desvelamentos, velados pela linguagem poética analógica, de mito para mítico, de herói para crença de que os sentimentos e o espírito humanos são o jogo de espelhos em que o poeta se vê. E em termos de linguagem, os recursos típicos da poesia de Leminski são mais os ecos do que as rimas, há dois conceitos, duas definições bem claras e diferentes a de poeta e a de artista. Há, como em tantos poemas seus, uma certa leveza irônica que pode beirar a diluição do homem.
Os dois poemas passam a ideia de montagem, de peças, não podendo serem lidos em separado, pois fazem parte no mesmo todo. São como materiais que isolados não fazem sentido, “encaixados” o artista lhes deu significado. Fazem parte de uma obra montada. São dois fragmentos que, juntos, constituem o que é a vida, o homem, que, como diz a V3: “... foi um grande personagem, finaliza a matéria, mas tem alma de artista em desastres, mesmo para não cuidar de si que morreu de enfarte, ainda continua vivo entre a literatura”.
O inevitável do curso da vida – a morte e seus mistérios interpretam o que pensa diferenciar um poeta de um artista, o primeiro como alguém que seguiu o seu tempo sem aventuras, daí uma morte silenciosa, o segundo, no entanto, pela intensidade em que levava a vida, foi vítima de um enfarte. O artista procurava ao fazer arte, a sua eternização “barulhenta” pelas vozes emanadas de suas obras. Eram as suas invenções, os seus desastres que definiram a sua história, o seu epitáfio.
A história atende a um padrão factual que visa a objetividade, formalidade, fazendo com que o ser humano compreenda a natureza de todas as coisas do mundo de maneira racional, ou seja, tanto o grande poeta da lápide 1 quanto o artista da lápide 2, viveram e fizeram a suas histórias, o primeiro teve uma história sem grandes acontecimentos já o segundo viveu de maneira disfarçada, porém intensa e despojada, isso é fato. Por outro lado a literatura, como afirmou Barthes, faz uso das coisas existentes no mundo e transforma-as em fenômenos subjetivos e imaginários (V1).
“Não se sabe mais onde a poesia está. Nem aonde vai” (LEMINSKI, 1997. p.13), o que se sabe é que:
Paulo Leminski escreve um acontecimento real da vida de todos, um tem maior destaque influenciado pela comunidade, grupo ou meio social que pertencia, é provável que aja (sic) o conhecimento cultural na diferenciação e destaque, enquanto possivelmente o primeiro tinha menos conhecimento e pertencia a outro meio social. Todos desfrutam do mesmo destino real. Nascer, crescer, adquirir conhecimentos, produzir, desfrutar e acabar materialmente, restando o espírito, a grandeza ou repúdio do feito (V3).
A poesia produzida por Paulo Leminski mostra várias de suas influências Maiakovski, Bob Dylan, Lennon e Alice Ruiz[4]. As Lápides, por exemplo, trazem a mais forte delas a de Jesus Cristo. Mostra que seus impulsos e seu pensamento filosófico atualizado são motes para produzir poesia e arte e, ambas permitem aos leitores uma viagem nas relações entre homem e cultura.
E... uma última voz
Fazer a (s) leitura (s) de poesias de Leminski é perceber que ao fazer a primeira, outras várias se vão construindo, e as já feitas vão se transformando de maneira que não se sabe quais os (i) limites entre o que se é e o quê as palavras dizem ser.
A conexão histórica que aparece na literatura não como uma sucessão dos acontecimentos, mas como re-elaboração do fenômeno do dizer, como afirmações da história humana, expressão do pensamento está nas Lápides. Com uma singularidade especial, consciente, sem overdose de consciência, para “dizer” que não há, e não somos, senão aquilo que produzimos, de forma poética ou artística. A vida é um jogo e está na forma de jogar, na consciência que tem de sua força, de sua limitação, no fenômeno da eternização.
O homem é um contrabalanço, é um paradoxo, é ele quem escolhe seu “entre-lugar”, quando e como rompê-lo. Cada um elabora seu estatuto de vida e, de morte. Ele é vida-morte. É “mestre em desastres” de e ao viver.
Os comentários sobre as leituras realizadas pelos alunos sobre os poemas Lápides 1 e 2 colocam em evidência que a poesia de Leminski tem muito de pensamento, tem muito de lirismo, definido pela sua subjetividade, não essencial em si mesma, mas pela expansão dos estados interiores, subjetivos, que englobam a realidade do sujeito/poeta. Os textos que ele constrói operam em dois tempos, em dois cosmos, com certa ocultação de palavras dentro de outras, produzindo plurissignificação do texto. Posso dizer que é a partir daí que se estabelece uma superposição entre as palavras e a consciência, entre linguagem e o sujeito.
Os dois poemas são ecos da cultura, remetem o leitor a sistemas a-centrados ou abertos: em cuja multiplicidade tudo se move e o a-centramento não passa de construções sujeito, história, cultura e linguagem. História que contextualiza Leminski como alguém que na década de 1950 participa do Concretismo, estética do rastro do novo, dos poetas inventores, que estavam em sintonia como o moderno, que, eufóricos, garantiam a independência dos escritos, as marcas inconfundíveis de uma literatura das mais diversas épocas. Na verdade, ele tem várias filiações literárias, e, se quisermos, pode-se dizer que foi independente, porque sempre não se deixava desgastar ou cristalizar-se, seus escritos são exemplos de certa mestiçagem.
O Concretismo brasileiro foi um movimento, cuja militância, filosofia tinha no logos a ideia do amanhã. Suas produções eram breves e duplas, isto é, palavras e imagem. A crença no poder de transformar a palavra era muito forte, de ultrapassar a tradição modernista, que, na opinião dos concretos, estava se esgotando. A opção era por uma poesia mais instrumento e menos emoções.
Nas Lápides, a linguagem, configurada pela poesia prosaica, encontra-se Leminski poeta e artista, corpo e espírito, meio labirinto, meio linear. Traços de um universo do novo realismo, que traz a morte como uma experiência em que o mistério da alma quer se revelar como arte. Em que o logos e o mythos – as duas metades da linguagem – são fundamentais para “a vida do espírito”, o que implica dizer que não se espera que a poesia comprove alguma coisa. O mythos que está em jogo não é propriamente o conteúdo do que está dito, mas a forma e o resultado da significação. No caso, pode ser o transporte da crença da existência da alma para a revelação de que com a morte, o corpo se reduz a nada mais do que pó e o mito reduz-se à metáfora da alma.
A filosofia poética de Paulo Leminski o aproxima de alguém zen, que se deixa embalar pela iluminação das percepções do extrassensorial das coisas, pelo conhecimento/aprendizagem que não envolve palavras apenas; chama a atenção para o que é a verdadeira essência do homem, para a voz da consciência das coisas e do mundo.
É a voz poética de Lemisnki que ecoa na de leitores que pensam ser certeza, serem evidências coisas como a morte e a alma, vozes leigas na arte da poesia, mas que percebem a possibilidade de reconhecimento da história humana, de reconhecimento do ciclo do homem, condição “certa” do ainda por-vir, a experiência do tempo, da vida e da linguagem. A história é, na sua essência, descontinuidade, epoché e não o progresso contínuo da humanidade.
Lápide 1 e Lápide 2 são textos híbridos porque fazem pensar a dupla situação da vida. Quanto à forma, questionam a separação entre os gêneros tradicionais e a própria relação prosa/poesia. Nos dois poemas, Leminski parece atingir uma dimensão da textualidade, uma “prosa’ que transcende à simples conotação e atinge a categoria de objeto de arte. É uma poesia-prosa de elevado poder poético, porque reflete sobre a vida e, se é que posso dizer, expressa o mito-místico da morte.
O texto fascina pela sua montagem, título/subtítulo/versos que justapostos parecem (não) se somar, simplesmente, mas se organizam como um produto, uma peça, organizada com intencionalidade da qual emerge uma imagem, um significado.
Peço licença e interrompo a leitura fazendo uma quase-paráfrase das palavras de Otávio Paz sobre a poesia. Para ele: “A poesia é poder, abandono, exercício espiritual, método de libertação interior. A poesia é reveladora deste mundo; criadora de outro; a poesia é irredutível às ideias e aos sistemas. É a outra voz. Não a voz da história nem da anti-história, mas a voz que, na história, diz sempre outra coisa”, poema, no entanto, é uma máscara que oculta o vazio, bela prova da supérflua grandeza de toda obra humana!
REFERÊNCIAS
BARTHES, Roland. Aula. Trad. e posfácio de Leyla Perrone-Moisés. 11 ed. São Paulo: Cultrix, 2004a.
2. _______________. Da obra ao texto. In: O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004b.
3. DICK, André. Distâncias, entre ir e ficar, ausências. In: DICK, André; CALIXTO, Fabiano (orgs.). A linha que nunca termina: pensando Paulo Leminski. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.
4. ELIADE, Mircea. Mito do eterno retorno. 1 ed. São Paulo: Mercuryo, 1992.
5. http://censuradapalavra.blogspot.com/2009/05/lapide-1-epitafio-para-o-corpo-aqui-jaz.html. Acesso em 15/09/2009.
6. http://dooutroladodoescuro.blogspot.com/2007/12/epitfio-para-um-banqueiro.html. Acesso em: 15/09/2009.
7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Leminski. Acesso em: 15/09/2009.
http://www.autenticaeditora.com.br/livros/item/6. Acesso em: 15/09/2009.
8. JAUSS, Hans. A História da Literatura como provocação à Teoria Literária. Trad. Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994.
9. LEMINSKI, Paulo. Teses, tesões; Forma é poder. In: Ensaios e anseios crípticos. Organização e seleção: Alice Ruiz e Áurea Leminski. Curitiba: Pólo Editorial do Paraná, 1997.
10. LEMINSKI, Paulo. Anseios crípticos. Curitiba: Criar Edições Ltda, 1986.
11. ________________. Agora é que são elas. São Paulo: Brasiliense, 1984.
12. ________________. Caprichos e relaxos. São Paulo: Brasiliense, 1983.
13. PAZ, Octavio. Poesia latino-americana. In: Convergências: ensaios sobre arte e literatura. Trad. Moacir Werneck de Castro. Rio de Janeiro: Rocco, 1991.
14. PÉCORA, Alcir. A arte de conjugar vanguarda e mito: entrevista com Eduardo Milán. In: Jornal da Unicamp. Edição 307, 24 de outubro a 5 de novembro de 2005. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro2005/ju307pag02.html. Acesso em: 15/09/2009.
15. ZILBERMAN, R. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo, Ática, 1989.
[1] Autora
Maria Enísia Soares de Souza, Professora de Língua Portuguesa e Literatura, Tutora Presencial do curso de Letras UAB/UNIR Pólo Rolim de Moura.
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
enisiasoares@gmail.com
[2] V: Convenção adotada para identificar as vozes que analisam os poemas.
[3] Aqui o acadêmico está se referindo à relação homem/literatura.
[4] Esta exerceu fortes influências feministas. Daí se explica a constante consciência feminista de Paulo Leminski.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Link Interessante para os adeptos da EaD.
http://moran10.blogspot.com/2007/09/banca-de-mestrado-distncia-por.html
http://moran10.blogspot.com/2007/09/banca-de-mestrado-distncia-por.html
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
EaD – UMA EDUCAÇÃO DE (RE) SIGNIFICAÇÕES
Maria Enísia Soares de Souza
Resumo: Este texto, escrito para o II Seminário de Educação – políticas públicas e educação escolar, realizado pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR, em comemoração dos 20 anos da Instituição, objetiva, em primeiro lugar, estabelecer um diálogo entre as concepções de educação, a partir do processo produtivo embalado pela internacionalização da economia, pela globalização das comunidades, pelo surgimento das TICs como formas de ampliação das informações, uma vez que estes aspectos têm exigido revisões e (re) construções teóricas no campo da educação, principalmente nas formas de oferta de vagas. Num segundo momento, o objetivo é descrever a EaD, caracterizando-a como um processo realizado mais intensamente pelo aluno do que por outros participantes do processo, midiatizada e mediada pelas ferramentas conhecidas como síncronas – as que são acessadas on-line, como o chat e as videoconferências; e pelas ferramentas assíncronas, assim denominadas por representarem a interatividade, entre os atores do curso, desconectada do tempo e do espaço, de modo que cada um dos acadêmicos possa decidir pelo momento de comunicação, segundo as suas disponibilidades e suas necessidades. A mediação, vista como a relação do homem com o mundo e com os outros homens, é de fundamental importância para que as funções psicológicas superiores (sensação, percepção, atenção, memória, pensamento, entre outras) se desenvolvam e que o sujeito-estudante, ao ser mediado, pedagogicamente, por recursos midiáticos, regidos pelo educador ou alguém que facilite o uso de diferentes tecnologias, possa buscar informações e as transformar em conhecimentos e oportunidades de reflexão crítica da realidade. Por último, registro a contribuição das ferramentas midiáticas na e para o processo educativo à distância.
Palavras-chave: Educação; EaD; ferramentas síncronas e assíncronas.
INTRODUÇÃO
Entender as concepções de educação implica compreender o processo produtivo, pautado na globalização econômica e cultural e a inauguração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que exigem da sociedade mudanças de comportamentos, dadas as suas especificidades enquanto ferramentas de acesso à informação e enquanto meios de produção material e de conhecimento.
As mudanças afetaram de forma diferenciada o sistema educacional dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo elas: 1) mudanças na organização e no tipo de trabalho; 2) pressão crescente sobre os governos dos países em desenvolvimento para que estes investissem em educação, de modo a preparar uma força de trabalho mais competitiva, produzir técnicas sofisticadas; 3) a complexidade crescente da educação superior, que tornou seus currículos diversificados e passou a requerer estudantes adeptos do domínio de novas tecnologias; 4) o desenvolvimento da educação a distância – em especial na educação superior; e, 5) as redes de informação globalizadas implicam a transformação da cultura mundial.
A EAD não é nova e está baseada em informação e na explosão do conhecimento. A sociedade demanda cada vez mais novas habilidades e conhecimentos por parte da força produtiva, assim como novos “produtos” do sistema (novas profissões, interdisciplinariedade, etc.). Somente a educação presencial não dava e nem dá mais conta dessa demanda, porque cada vez mais a sociedade “não” está com tempo disponível para horários e ambientes “fechados” de educação. É uma modalidade de educação midiatizada e mediada pelas tecnologias que tornam o sujeito um outro homem, relativizam funções psicológicas superiores, no contato com o outro e com o acesso a informações e a sua consequente construção do conhecimento, de modo a produzir transformações da realidade.
As variantes relacionadas às concepções de educação são inúmeras, no entanto quanto às modalidades duas assumem destaque – a chamada presencial e a modalidade a distância. Sobre esta última farei uma descrição do seu funcionamento, destacando o papel do estudante no processo educativo e das ferramentas que servem de mediação do processo educativo, separando-as em síncronas e assíncronas, essas utilizadas de diferentes maneiras na educação a distância (EAD), num constante "estar junto virtual", alunos, professores e tutores.
1 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO
Compreender as concepções de educação implica primeiramente que seja entendido como se efetiva o processo produtivo, como a internacionalização da economia influencia na formação do indivíduo, a globalização das comunidades passa a ser necessidade e a ampliação das informações torna-se urgente e inevitável, cobrando e ao mesmo tempo exigindo da Educação a revisão de práticas presentes e a adoção de posturas novas e implantação de modalidades que atendam o modelo de sociedade que se instala com toda essa mudança.
Dentre as questões de revisão, a citada por Demo (1998), de que é preciso associar ensino, educação e aprendizagem é uma das mais interessantes para não se confundirem conceitos de formação e informação, treino e educação; ensinamento e aprendizagem, o que, segundo o autor, amplia a responsabilidade do professor. Primeiro porque o docente precisa ter claras as diferenças conceituais para então, sabendo que homem quer formar, adotar a concepção de educação que sirva para o educando poder encontrar-se, e construir seu caminho com liberdade de poder ‘errar’ e voltar a percorrer o mesmo caminho ou então outro (s) que queira e considere relevante para a construção de seus conhecimentos.
Conforme Lobo Neto et al (2002), para os gregos, na antiguidade, a educação estava fortemente associada à cidadania, o que queria dizer ser a educação a condição para que a pessoa pudesse agir na cidade, trabalhar, relacionar-se socialmente. Essa concepção trazia a autonomia como questão essencial para as ações humanas, sendo o homem autônomo, poderia ele decidir sobre a sua própria vida, em qualquer área de atuação.
A concepção de educação, defendida por Bomfim (2002), entende que a educação expressa os valores sociais, expressa as necessidades e os interesses de uma sociedade. Essa concepção de educação enfatiza que é o ensino que transmite a cultura e a aprendizagem, como elaboração do conhecimento, historicamente produzido (conhecimentos, valores, atitudes e comportamentos).
Sobre isso vale dizer que, se a escola é uma das instâncias, cujo produto da sua ação educativa não pode se restringir ao ato de o aluno aprender o que lhe é repassado, então a educação com esses modelos, não leva o educando a apropriar-se de conhecimento e o incorporar, representando algo que permanece para além do ato educativo. Ou seja, o aluno não pode ser visto apenas como consumidor da aula, daquilo que lhe transmitem, mas alguém que se converte em construtor, alguém capaz sim de entender a realidade, mas sobretudo, capaz de poder transformá-la.
Nessa mesma linha, encontra-se a concepção de Provenzano e Moulin (2002) que entendem a educação como crítico-emancipatória e transformadora, o que nas palavras dos teóricos, na prática, estaria voltada ao desenvolvimento da consciência crítica, à autonomia e à autoeducação. Nessa concepção predominaria a negociação, atitudes democráticas e comprometimento com a permanência do aluno na escola. E a negociação envolveria professor e alunos, aquele como mediador do processo educativo e este, agente de todo o processo de aprendizagem.
Essa forma de educação, que prioriza a consciência, é fundamental para o desenvolvimento de um cidadão crítico, reflexivo e transformador, que estabeleça diferentes relações sociais. A ideia de cidadão aqui entendida como contemporânea, associada a princípios de construção de igualdades, como a justiça e as transformações, essas vinculadas à participação do sujeito nas decisões sobre os rumos da vida social e ao exercício de seus direitos e deveres.
Mas a concepção que parece ser a mais pertinente é a que compreende a educação permanente, que de acordo com Gelpi (In: Martins, 1991), entende-se por um exercício semântico e cultural da própria história, que registra em determinado tempo e espaço as alterações políticas e sociais, em todas as suas formas.
Já para Gadotti (1998) é educação permanente a contínua formação, o que para Martins (1991), é entendida como a educação que leva em conta métodos alternativos, isto é, a que considera diversas possibilidades de educação e essas possibilidades devem ser orientadas pelas necessidades sociais e as de formação.
Nesse sentido, a educação permanente tem como foco a atualização. Nesse século, a ênfase das atualizações se dá nas de caráter técnico-científico, Dado o contínuo surgimento de novas tecnologias, não apenas este é um dos aspectos da qualificação, mas o englobamento desse com a produção de subjetividades, ou seja, habilidades de pensamento que comunguem práticas pedagógicas, contextualizando a formação às bases sociais, políticas e tecnológicas, que orientam o trabalho nas suas diferentes áreas.
Esta reflexão sobre as concepções de educação, adotadas para comporem este texto, são representativas de muitas outras. É prudente lembrar-se, porém, de que a educação se faz na prática, e, independente da modalidade, não se pode ‘perder de vista’ o homem que se quer formar, os conhecimentos que são para ele significativos.
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Não há dúvidas de que a Educação a Distância é sinônimo de revolução. Revolução não somente porque muda alguns conceitos como sala de aula, tempo para estudar e revela um novo tipo de professor e de material didático, mas principalmente porque se expande de modo impressionante, ainda que com carga expressiva de preconceito, por parte de educadores tradicionais.
Uma outra definição que cai bem é a combinação computador, internet, multimídia, tecnologias que juntos podem sanar a necessidade que tem a sociedade de atualização de conhecimentos, de uma forma em que o tempo também é redefinido.
É o novo o sentido da educação, o conhecimento e a informação influindo no processo histórico, relendo a (s) forma (s) de ensinar a aprender, aprender com disciplina, autonomia e em espaços físicos não determinados. Com a EaD, é possível sair de um mundo circunscrito, de um espaço limitado e, “pisando” nos trilhos das tecnologias, abrir e ampliar muitas e diferentes fronteiras. É como se o mundo tivesse que rever os sistemas cartográficos e traçar “novas linhas e coordenadas” na sua geografia.
É preciso de que nos lembremos que o que exprime e define essa inovação (EaD) é a (re) significação, o redimensionamento do lapso temporal no que se entendia por processo de ensino até o surgimento das TICs. Hoje, a atuação da escola tem suas instalações redesenhadas, as possibilidades de acesso das pessoas à educação se concretizam num processo evolutivo crescente e assustador. O fato se ser possível a conciliação e harmonia entre laboração e estudos passa a ser determinante àqueles que não dispõem de condições para estudos presenciais, uma vez que sua condição vital demanda que haja investimento de tempo integral ao trabalho.
Destaco dentre as (re) significações da EaD o princípio da equidade, em oferecer oportunidades educacionais a toda a população e da qualidade, desenvolvendo competência e comprometimento acadêmico e científico independentemente da modalidade, se presencial ou à distância.
Não posso deixar de dizer que não se trata de um concorrente da modalidade presencial, uma vez que ambas buscam o mesmo fim, o de fomentar a educação, como um processo único. Todavia, também não posso me eximir de registrar que a EaD lida com particularidades como a distância, a necessidade de gestão do tempo, a disciplina, organização e força de vontade do educando por se tratar de uma modalidade “que beira o autodidatismo”, enfim, é uma forma desafiadora de formação escolar.
O desafio começa com o fato de o estudante precisar aprender a manipular objetos multimidiáticos, agora vistos como escolares, denominados tecnologias interativas, estas reconhecidamente sofisticadas como: e-mail, Internet, audioconferência baseada em telefone e videoconferências e outros recursos associados ao mundo das NTICs. Além disso, exigem-se estratégias de dois tipos: os relacionados ao conhecimento (dinâmica e concentração) e os relacionados à afetividade (habilidades de agir sozinho, tomar decisões, conduzir-se).
2.1 AS FERRAMENTAS DE MEDIAÇÃO DA EAD
De modo simples e direto, pode-se dizer que os LMS (Learning Management System ou AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) utilizam duas formas de comunicação para a interação e a interatividade entre professores-estudantes, estudantes-professores e estudantes-estudantes. São as ferramentas síncronas e assíncronas de aprendizagem.
Palavras-chave: Educação; EaD; ferramentas síncronas e assíncronas.
INTRODUÇÃO
Entender as concepções de educação implica compreender o processo produtivo, pautado na globalização econômica e cultural e a inauguração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que exigem da sociedade mudanças de comportamentos, dadas as suas especificidades enquanto ferramentas de acesso à informação e enquanto meios de produção material e de conhecimento.
As mudanças afetaram de forma diferenciada o sistema educacional dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo elas: 1) mudanças na organização e no tipo de trabalho; 2) pressão crescente sobre os governos dos países em desenvolvimento para que estes investissem em educação, de modo a preparar uma força de trabalho mais competitiva, produzir técnicas sofisticadas; 3) a complexidade crescente da educação superior, que tornou seus currículos diversificados e passou a requerer estudantes adeptos do domínio de novas tecnologias; 4) o desenvolvimento da educação a distância – em especial na educação superior; e, 5) as redes de informação globalizadas implicam a transformação da cultura mundial.
A EAD não é nova e está baseada em informação e na explosão do conhecimento. A sociedade demanda cada vez mais novas habilidades e conhecimentos por parte da força produtiva, assim como novos “produtos” do sistema (novas profissões, interdisciplinariedade, etc.). Somente a educação presencial não dava e nem dá mais conta dessa demanda, porque cada vez mais a sociedade “não” está com tempo disponível para horários e ambientes “fechados” de educação. É uma modalidade de educação midiatizada e mediada pelas tecnologias que tornam o sujeito um outro homem, relativizam funções psicológicas superiores, no contato com o outro e com o acesso a informações e a sua consequente construção do conhecimento, de modo a produzir transformações da realidade.
As variantes relacionadas às concepções de educação são inúmeras, no entanto quanto às modalidades duas assumem destaque – a chamada presencial e a modalidade a distância. Sobre esta última farei uma descrição do seu funcionamento, destacando o papel do estudante no processo educativo e das ferramentas que servem de mediação do processo educativo, separando-as em síncronas e assíncronas, essas utilizadas de diferentes maneiras na educação a distância (EAD), num constante "estar junto virtual", alunos, professores e tutores.
1 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO
Compreender as concepções de educação implica primeiramente que seja entendido como se efetiva o processo produtivo, como a internacionalização da economia influencia na formação do indivíduo, a globalização das comunidades passa a ser necessidade e a ampliação das informações torna-se urgente e inevitável, cobrando e ao mesmo tempo exigindo da Educação a revisão de práticas presentes e a adoção de posturas novas e implantação de modalidades que atendam o modelo de sociedade que se instala com toda essa mudança.
Dentre as questões de revisão, a citada por Demo (1998), de que é preciso associar ensino, educação e aprendizagem é uma das mais interessantes para não se confundirem conceitos de formação e informação, treino e educação; ensinamento e aprendizagem, o que, segundo o autor, amplia a responsabilidade do professor. Primeiro porque o docente precisa ter claras as diferenças conceituais para então, sabendo que homem quer formar, adotar a concepção de educação que sirva para o educando poder encontrar-se, e construir seu caminho com liberdade de poder ‘errar’ e voltar a percorrer o mesmo caminho ou então outro (s) que queira e considere relevante para a construção de seus conhecimentos.
Conforme Lobo Neto et al (2002), para os gregos, na antiguidade, a educação estava fortemente associada à cidadania, o que queria dizer ser a educação a condição para que a pessoa pudesse agir na cidade, trabalhar, relacionar-se socialmente. Essa concepção trazia a autonomia como questão essencial para as ações humanas, sendo o homem autônomo, poderia ele decidir sobre a sua própria vida, em qualquer área de atuação.
A concepção de educação, defendida por Bomfim (2002), entende que a educação expressa os valores sociais, expressa as necessidades e os interesses de uma sociedade. Essa concepção de educação enfatiza que é o ensino que transmite a cultura e a aprendizagem, como elaboração do conhecimento, historicamente produzido (conhecimentos, valores, atitudes e comportamentos).
Sobre isso vale dizer que, se a escola é uma das instâncias, cujo produto da sua ação educativa não pode se restringir ao ato de o aluno aprender o que lhe é repassado, então a educação com esses modelos, não leva o educando a apropriar-se de conhecimento e o incorporar, representando algo que permanece para além do ato educativo. Ou seja, o aluno não pode ser visto apenas como consumidor da aula, daquilo que lhe transmitem, mas alguém que se converte em construtor, alguém capaz sim de entender a realidade, mas sobretudo, capaz de poder transformá-la.
Nessa mesma linha, encontra-se a concepção de Provenzano e Moulin (2002) que entendem a educação como crítico-emancipatória e transformadora, o que nas palavras dos teóricos, na prática, estaria voltada ao desenvolvimento da consciência crítica, à autonomia e à autoeducação. Nessa concepção predominaria a negociação, atitudes democráticas e comprometimento com a permanência do aluno na escola. E a negociação envolveria professor e alunos, aquele como mediador do processo educativo e este, agente de todo o processo de aprendizagem.
Essa forma de educação, que prioriza a consciência, é fundamental para o desenvolvimento de um cidadão crítico, reflexivo e transformador, que estabeleça diferentes relações sociais. A ideia de cidadão aqui entendida como contemporânea, associada a princípios de construção de igualdades, como a justiça e as transformações, essas vinculadas à participação do sujeito nas decisões sobre os rumos da vida social e ao exercício de seus direitos e deveres.
Mas a concepção que parece ser a mais pertinente é a que compreende a educação permanente, que de acordo com Gelpi (In: Martins, 1991), entende-se por um exercício semântico e cultural da própria história, que registra em determinado tempo e espaço as alterações políticas e sociais, em todas as suas formas.
Já para Gadotti (1998) é educação permanente a contínua formação, o que para Martins (1991), é entendida como a educação que leva em conta métodos alternativos, isto é, a que considera diversas possibilidades de educação e essas possibilidades devem ser orientadas pelas necessidades sociais e as de formação.
Nesse sentido, a educação permanente tem como foco a atualização. Nesse século, a ênfase das atualizações se dá nas de caráter técnico-científico, Dado o contínuo surgimento de novas tecnologias, não apenas este é um dos aspectos da qualificação, mas o englobamento desse com a produção de subjetividades, ou seja, habilidades de pensamento que comunguem práticas pedagógicas, contextualizando a formação às bases sociais, políticas e tecnológicas, que orientam o trabalho nas suas diferentes áreas.
Esta reflexão sobre as concepções de educação, adotadas para comporem este texto, são representativas de muitas outras. É prudente lembrar-se, porém, de que a educação se faz na prática, e, independente da modalidade, não se pode ‘perder de vista’ o homem que se quer formar, os conhecimentos que são para ele significativos.
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Não há dúvidas de que a Educação a Distância é sinônimo de revolução. Revolução não somente porque muda alguns conceitos como sala de aula, tempo para estudar e revela um novo tipo de professor e de material didático, mas principalmente porque se expande de modo impressionante, ainda que com carga expressiva de preconceito, por parte de educadores tradicionais.
Uma outra definição que cai bem é a combinação computador, internet, multimídia, tecnologias que juntos podem sanar a necessidade que tem a sociedade de atualização de conhecimentos, de uma forma em que o tempo também é redefinido.
É o novo o sentido da educação, o conhecimento e a informação influindo no processo histórico, relendo a (s) forma (s) de ensinar a aprender, aprender com disciplina, autonomia e em espaços físicos não determinados. Com a EaD, é possível sair de um mundo circunscrito, de um espaço limitado e, “pisando” nos trilhos das tecnologias, abrir e ampliar muitas e diferentes fronteiras. É como se o mundo tivesse que rever os sistemas cartográficos e traçar “novas linhas e coordenadas” na sua geografia.
É preciso de que nos lembremos que o que exprime e define essa inovação (EaD) é a (re) significação, o redimensionamento do lapso temporal no que se entendia por processo de ensino até o surgimento das TICs. Hoje, a atuação da escola tem suas instalações redesenhadas, as possibilidades de acesso das pessoas à educação se concretizam num processo evolutivo crescente e assustador. O fato se ser possível a conciliação e harmonia entre laboração e estudos passa a ser determinante àqueles que não dispõem de condições para estudos presenciais, uma vez que sua condição vital demanda que haja investimento de tempo integral ao trabalho.
Destaco dentre as (re) significações da EaD o princípio da equidade, em oferecer oportunidades educacionais a toda a população e da qualidade, desenvolvendo competência e comprometimento acadêmico e científico independentemente da modalidade, se presencial ou à distância.
Não posso deixar de dizer que não se trata de um concorrente da modalidade presencial, uma vez que ambas buscam o mesmo fim, o de fomentar a educação, como um processo único. Todavia, também não posso me eximir de registrar que a EaD lida com particularidades como a distância, a necessidade de gestão do tempo, a disciplina, organização e força de vontade do educando por se tratar de uma modalidade “que beira o autodidatismo”, enfim, é uma forma desafiadora de formação escolar.
O desafio começa com o fato de o estudante precisar aprender a manipular objetos multimidiáticos, agora vistos como escolares, denominados tecnologias interativas, estas reconhecidamente sofisticadas como: e-mail, Internet, audioconferência baseada em telefone e videoconferências e outros recursos associados ao mundo das NTICs. Além disso, exigem-se estratégias de dois tipos: os relacionados ao conhecimento (dinâmica e concentração) e os relacionados à afetividade (habilidades de agir sozinho, tomar decisões, conduzir-se).
2.1 AS FERRAMENTAS DE MEDIAÇÃO DA EAD
De modo simples e direto, pode-se dizer que os LMS (Learning Management System ou AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem) utilizam duas formas de comunicação para a interação e a interatividade entre professores-estudantes, estudantes-professores e estudantes-estudantes. São as ferramentas síncronas e assíncronas de aprendizagem.
2.1.1 Ferramentas Síncronas
As síncronas são ferramentas utilizadas para comunicação em tempo real (On-line), os interlocutores se comunicam de modo instantâneo, são, portanto, ágeis, porque passam a idea de agilidade dos trabalhos acadêmicos.
O entrosamento entre os participantes do curso pode se dar pelo Chat (Sala de Bate Papo) – promove discussões interativas de tal modo que possibilita a criação de texto entre duas ou mais pessoas simultaneamente. É interessante ainda porque permite que sejam enviadas mensagens para todos os usuários que estiverem conectados, sem contar que podem as mensagens serem gravadas para acesso posterior.
A segunda ferramenta síncrona é a Videoconferência. Esta possibilita aos usuários comunicação simultânea, mas por meio de áudio e vídeo, o que exige câmera de vídeo, microfone, equipamentos para digitalização e compressão bem como conexão de rede de alta velocidade.
A terceira comunicação síncrona é a Audioconferência - tecnologia para veicular a educação a distância em escala reduzida, pois pode ser utilizada com o mínimo de apoio técnico. É a audioconferência a interação dos participantes por meio de voz.
Em síntese a comunicação síncrona representa: comunicação espontânea; resposta espontânea; motivação – Evidencia a sinergia dos trabalhos individuais e em grupo e encoraja os estudantes a criarem e continuarem seus estudos; presença – Fortalece o sentimento de comunidade.
Pode-se afirmar que é o feedback – O rápido retorno que fomenta o desenvolvimento das atividades, em especial as atividades em grupo e o ritmo que ajuda os alunos a serem criativos. Como se vê as possibilidades síncronas de interatividade exigem preparação prévia e recursos disponíveis.
2.1.2 Ferramentas Assíncronas
A forma assíncrona consiste na ferramenta, cuja interação se dá desconectada do tempo e do espaço. Os envolvidos na comunicação podem manter relacionamento na medida em que tiverem tempo disponível, isto é, cada um estabelece o momento de estabelecer contato, segundo as disponibilidades e necessidades de cada um.
Na comunicação assíncrona a escolha do melhor tempo é uma condição especial para o aluno que pode, respeitando o cronograma do curso, acessar o material didático, estabelecendo horários para promover a interatividade, sem o compromisso com o “On-line”.
Algumas características da comunicação assíncrona são: flexibilidade – acesso ao material didático em qualquer lugar e a qualquer hora; tempo para reflexão – para conhecer e ler o material didático proposto, tempo para ter idéias e preparar os retornos, conhecer as referências bibliográficas e a possibilidade de acesso ao material quantas vezes for necessário; facilidade de estudo – possibilita a administração dos estudos de forma a aproveitar as oportunidades de tempo, seja em qualquer lugar - no trabalho ou em casa, coincidindo com a integração de idéias e discussão sobre o curso em fóruns específicos.
Essa forma de comunicação compartilha com os alunos a responsabilidade de administrar o tempo de participação nas atividades propostas para o curso. Não dá para deixar de registrar que a disciplina e uma agenda bem equacionada são fundamentais para a utilização assíncrona da comunicação.
São exemplos de comunicação ASSÍNCRONA:
1. Correio eletrônico – possibilita troca de mensagens escritas e envio de arquivos para caixas postais de todos os participantes do curso. Dentre seus componentes destacam-se a Caixa de Entrada e a Caixa de Saída. No caso dos cursos a distância, o correio eletrônico é uma ferramenta disponibilizada na página inicial da plataforma de aprendizagem, e as mensagens vão constituindo um histórico em que aparecem tanto as mensagens individuais, quanto as coletivas, funcionando como um painel de avisos ou um fórum de notícias.
2.Fórum – são formas com duas divisões organizacionais, a primeira faz a divisão por assunto e a segunda em tópicos.
Os fóruns, posso dizer que representam um pouco da concepção de Provenzano e Moulin (2002) sobre educação. Estes entendem-na como crítico-emancipatória e transformadora, o que nas suas palavras, na prática, estaria voltada ao desenvolvimento da consciência crítica, à autonomia e à autoeducação, pois nos espaços reservados ao debate predomina a troca, o diálogo e a negociação. Sem contar que promovem tarefas escolares que promovem atitudes e o exercício da democracia e do comprometimento com a permanência do aluno na escola. E a negociação envolve professor e alunos, aquele como mediador do processo educativo e este, agente de todo o processo de aprendizagem.
Essa forma de educação, que prioriza a consciência, é fundamental para o desenvolvimento de um cidadão crítico, reflexivo e transformador, que estabeleça diferentes relações sociais. A ideia de cidadão aqui entendida como contemporânea, associada a princípios de construção de igualdades, como a justiça e as transformações, essas vinculadas à participação do sujeito nas decisões sobre os rumos da vida social e ao exercício de seus direitos e deveres.
3. Portfólio – ferramenta de avaliação, com valor formativo e reflexivo na qual o aluno demonstra suas produções. Segundo Vilas Boas, (2004, s/p):
O portfólio ou porta-fólio é um dos procedimentos de avaliação condizente com a avaliação formativa; é uma coleção proposital do trabalho do aluno que conta a história dos seus esforços, progresso ou desempenho em uma determinada área. Essa coleção deve incluir a participação do aluno na seleção do conteúdo do portfólio; as linhas básicas para a seleção; os critérios para julgamento do mérito e evidência de auto-reflexão pelo aluno. Cada portfólio é uma criação única porque o aluno seleciona as evidências de aprendizagem sobre o processo desenvolvido.
Essa ferramenta traz a idéia de que a avaliação é um processo de desenvolvimento e que os alunos são participantes ativos do processo, porque identificam e revela o que sabem e o que ainda não sabem sobre o está estudando.
4. Glossário – local onde se mantém lista de definições como se fosse um dicionário. No espaço ficam registradas expressões e palavras específicas de disciplinas componentes do curso, novos termos e comentários sobre esses termos, podendo-se pela disponibilização para a turma, efetuar buscas, em qualquer momento em que o ambiente for acessado. Este meio de comunicação é especialmente útil para a construção de informação coletiva de uma forma mais estruturada que num fórum.
Um glossário pode ser configurado com um título e uma descrição, podendo ser do tipo primário ou secundário. Os glossários primários servem para se exportar termos dos glossários secundários para o glossário primário.
5. Tarefa – ferramenta pela qual o estudante disponibiliza pelo Moodle uma determinada atividade.
6. Wiki – interface colaborativa que possibilita a construção coletiva de diferentes textos por vários autores usando um navegador de Internet.
7. Biblioteca Virtual - é recurso criado com o objetivo de facilitar os estudos e estimular a investigação bibliográfica, científica e cultural.
No seu aspecto didático, as diferentes ferramentas aqui listadas implicam mediação e construção tanto de processos de domínio dessas, enquanto bens materiais que são e um conjunto de ações conscientes, desenvolvidas pelo sujeito, regida por complexas necessidades, sejam sociais, cognitivas, ou emocionais. Por isso, na EaD, (ou na chamada educação presencial) as atividades psicológicas precisam ser ensinadas e aprendidas e são parte de todo e qualquer processo educacional.
A contribuição das ferramentas síncronas e assíncronas na Educação a Distância é, sem dúvida, estabelecer a comunicação de diferentes maneiras, representar alternativas várias para o estabelecimento do contato entre professor/aluno, aluno/aluno; aluno/tutor, tutor/professor, enfim, entre todos os que fazem parte do processo e do jeito EaD de ser e de construir conhecimentos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não é possível negar que dentre as concepções de educação, a EaD não esteja contemplada em uma delas, uma vez que seus princípios envolvem também a formação do sujeito, de maneira mais democrática porque “deixa livre” o tempo e o espaço em que pode se efetivar.
Destacam-se as diferentes formas de mediação pedagógica exercidas pelo professor e pelos tutores em instâncias também variadas e a diversidade de ferramentas, estas como se fossem “máquinas de ensinar”, que também fazem a mediação, no sentido de que o próprio computador estabelece a mediação, a intermediação entre os sujeitos da EaD, (re) significando a comunicação, o contato e as relações “humanas”.
O jeito de fazer educação na modalidade EaD não pode ser visto como inferior à modalidade presencial, porque não são formas de competitividade, não se pode fragmentar, dicotomizar, hiatizar a educação, pois esta é única, tem singular objetivo. O que difere uma da outra é que na EaD, a ideia de paredes físicas se altera, assim como a postura de professores (mediadores) e alunos passa a ter outra significação, porque precisam esses, de modo muito rápido, mergulharem em novos conhecimentos bem mais diversificados e atualizados, ao mesmo tempo em que exigem a superação de outras barreiras que o afastam do acesso à educação.
REFERÊNCIAS
BOMFIM, M. I. R. Formação pedagógica em educação profissional na área da saúde: enfermagem: núcleo contextual: educação, sociedade, cultura. 2/. Ministério da saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalhadores da área Enfermagem. Fundação Oswald Cruz. 2. ed. rev. e ampliada. Brasília: Ministério da saúde, 2002. Série F. Comunicação e Educação em Saúde.
DEMO, Pedro. Questões para a teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998.
GADOTTI, M. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 2 ed. São Paulo:Ática, 1988.
LOBO NETO, F. J. S. et al. Formação pedagógica em educação profissional na área da saúde: enfermagem: núcleo contextual: educação, sociedade, cultura. 2/. Ministério da saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalhadores da área Enfermagem. Fundação Oswald Cruz. 2. ed. rev. e ampliada. Brasília: Ministério da saúde, 2002. Série F. Comunicação e Educação em Saúde.
MARTINS, O. B. A Educação Superior a Distância e a Democratização do Saber. Petrópolis: vozes, 1991.
PROVENZANO, M. E.; MOULIM, N. M. Formação pedagógica em educação profissional na área da saúde: enfermagem: núcleo contextual: educação, sociedade, cultura. 2/. Ministério da saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Projeto de profissionalização dos Trabalhadores da área Enfermagem. Fundação Oswald Cruz. 2. ed. rev. e ampliada. Brasília: Ministério da saúde, 2002. Série F. Comunicação e Educação em Saúde.
http://www.ccuec.unicamp.br/ead/index_html?foco2=Publicacoes/78095/392385&focomenu=Publicacoes
http://www.moodle.ufba.br/mod/book/print.php?id=16316
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http://www.eafaead.com.br/arquivos/TutorialMoodle.pdf
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http://aprender.unoeste.br/moodle/file.php/1/documentos/Tutorial_Moodle_Aluno.pdf
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http://www.ms.cursoscad.ufsc.br/imagens/manual_amb_virtual.pdf
http://mais.uol.com.br/view/09bg3eqyfis6/o-papel-da-educacao-a-distancia-ead-04023672C0C10326?types=A&
SANTAROSA, Lucila Maria Costi; PASSERINO, Liliana; CARNEIRO, Mara Lucia Fernandes; GELLER, Marlise E. Ambientes Digitais de Formação de Professores a Distancia: Projeto Brasileiro de Informática na Educação Especial do MEC. Disponível em: http://www.niee.ufrgs.br/ciiee2005/dia_23/001.doc Acesso em 30 de agosto de 2009.
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 2004.
sábado, 8 de agosto de 2009
Expressões utilizadas em EaD
Expressões utilizadas em EaD
[A]
Audio-conferência
Conexão com interacção por voz entre mais de dois pontos através de linhas telefónicas comuns.
Auto-aprendizagem
Processo em que o aluno determina o seu ritmo de aprendizagem, acedendo aos conteúdo quando e quantas vezes quiser.
Auto-avaliação
Processo em que cada aluno determina o seu nível pessoal de conhecimentos e competências.
Avaliação
(1) Qualquer método sistemático para reunir informações sobre o impacto e a efectividade de um evento de e-Learning. Os resultados podem ser usados para aperfeiçoar o processo de ensino, determinar se os objetivos de aprendizagem têm sido alcançados e avaliar o valor de um evento de ensino para a organização. (2) O processo usado para testar o nível de competências e conhecimento de um aluno.
[A]
Audio-conferência
Conexão com interacção por voz entre mais de dois pontos através de linhas telefónicas comuns.
Auto-aprendizagem
Processo em que o aluno determina o seu ritmo de aprendizagem, acedendo aos conteúdo quando e quantas vezes quiser.
Auto-avaliação
Processo em que cada aluno determina o seu nível pessoal de conhecimentos e competências.
Avaliação
(1) Qualquer método sistemático para reunir informações sobre o impacto e a efectividade de um evento de e-Learning. Os resultados podem ser usados para aperfeiçoar o processo de ensino, determinar se os objetivos de aprendizagem têm sido alcançados e avaliar o valor de um evento de ensino para a organização. (2) O processo usado para testar o nível de competências e conhecimento de um aluno.
[ B ]
Banda Larga
Transmissão de alta velocidade. A velocidade específica utilizada para definir banda larga é subjectiva; o termo frequentemente inclui conexões com uma velocidade superior ao que é habitualmente usada de momento.
Blended Learning
O Blended Learning é a perfeita integração e combinação de diferentes tecnologias e metodologias de aprendizagem que vão de encontro às necessidades especificas das organizações e que cumprem os seus objectivos num todo. Entre estes diferentes métodos e tecnologias de aprendizagem incluem-se a auto-formação assíncrona, sessões síncronas pela Internet, os métodos tradicionais de aprendizagem presencial e outros meios convencionais de suporte à formação.
[ C ]
Chat
Comunicação entre membros de um serviço on-line através de texto. As mensagens são enviadas entre as pessoas em tempo real.
Classe virtual
A classe virtual designa um conjunto de indivíduos inscritos numa acção de formação a distância e que trabalham entre si, apesar de estarem geograficamente separados. As classes podem ser assíncronas ou síncronas. Neste último caso, utiliza-se soluções de “live collaboration” do tipo do Centra (plataforma de audioconferência).
Conteúdo
Propriedade intelectual e conhecimentos a serem partilhados. Diferentes tipos de conteúdos de eLearning incluem texto, áudio, vídeo, animação e simulação.
[ E ]
EAD (Ensino à Distância)
Cenário educacional em que o Tutor e alunos estão separados pelo tempo, posição, ou ambos os factores. Os cursos de ensino à distância são levados a lugares remotos de forma síncrona ou assíncrona, incluindo correspondência escrita, texto, gráficos, áudio, vídeo, CD-ROM, televisão interativa e fax. O ensino a distância não exclui a aula tradicional. A definição de ensino a distância é mais ampla que a definição de e- Learning.
[ F ]
Ferramenta de Autor
Software ou programa que permite a criar conteúdos para eLearning. Alguns tipos de ferramentas de autor incluem ferramentas específicas como a criação de avaliações, jogos pedagógicos entre outras.
Ferramentas de colaboração
Permitem ao aluno estudar e interagir com outros, via e-mail, discussões ou chats.
Formação assíncrona
Formação em que a interacção entre professores (tutores) e alunos (formandos) ocorre com um certo intervalo de tempo. Este tipo de formação geralmente ocorre por intermédio da Internet, CD-ROM, grupos de discussões on-line ou e-mail.
Formação Síncrona
Formação em tempo real, com um Tutor que conduz on-line um evento formativo com um ou vários participantes ao mesmo tempo em tempo real. Nestas salas de aula o Tutor mantém o controle sobre a sessão recorrendo a ferramentas como áudio e vídeo, partilha de aplicações, quadro branco entre outras.
Fóruns de discussão
Na Internet ou na intranet, fóruns onde os utilizadores podem enviar mensagens para outros lerem. Permite a troca de informações e a interacção de modo assíncrono entre os seus participantes. Pode ou não ser moderada.
[ I ]
Internet
Consiste numa complexa rede mundial (“International Nertwork”) constituída por milhares de redes de computadores ligados entre si.
Intranet
É uma rede que utiliza as mesmas técnicas que a Internet, mas privada, podendo ser acedida apenas pelos membros autorizados (de certo organismo ou empresa, por exemplo).
[ L ]
LMS (Sistema de Gestão de Formação)
Learning Management System. Software que automatiza a administração dos eventos de formação on-line.
[ P ]
Plataformas de ensino
Sites internos ou externos frequentemente organizados em torno de tópicos comuns, contendo tecnologias (variando de chats de conversa para grupos de discussão) que incentivam à participação do utilizador.
Portal
Um Website que age como uma "entrada" para a Internet ou uma parte dela, normalmente focado num assunto especifico.
[ S ]
SCORM
Sharable Content Object Reference Model. Conjunto de padrões que ao serem aplicados ao conteúdo de um curso, produzem pequenos objetos reutilizáveis de aprendizagem. Resultado do trabalho desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Os elementos da plataforma SCORM podem ser combinados facilmente com outros elementos compatíveis para produzir reposições de materiais de ensino.
Fonte: http://e-conteudos.ubi.pt/glossario.asp
Slides sobre EaD
Interessante este material produzido pela professora Abigail Vital, versando sobre Educação Superior/aprendizagem e a utilização das ferramentas síncronas e assíncronas.
A professora também apresenta aspectos históricos da EaD no Brasil.
Fonte:
http://www.slideboom.com/presentations/69979/aula_ead
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